A dirofilariose é uma doença causada pela Dirofilaria immitis, transmitida por picada de mosquitos (mais de 70 epécies de mosquitos podem transmitir o parasita).
Ao picar um hospedeiro infectado, as larvas L1 que estiverem na circulação irão sofrer duas mudas no corpo do mosquito, sendo transmitidas ao próximo já na forma L3, que no corpo do hospedeiro maturam até o estágio L4 e após, migram ao coração onde maturam até L5, quando são já adultos e se proliferam, novamente liberando as L1 na corrente sanguínea.
As filárias são encontradas na circulação 6 a 8 meses após a infecção (melhor período para testes) e podem sobreviver por até 2 anos.
Lembrando que a Dirofilariose é uma zoonose, porém, nos humanos pode causar uma doença benigna e auto limitante pois o ciclo do parasita não se completa, na maioria dos casos.
Cães recentemente infectados podem ser assintomáticos, tendo apenas o diagnóstico pela identificação em testes de antígeno.
Já os paciente que apresentam sintomas, em estágio mais avançado da doença, manifestam tosse, distrição respiratória, fadiga, síncope, intolerância ao exercício, mucosas pálidas, hemoptise, anorexia, trombocitopenia, ascite e sinais de ICCD.
A Dirofilariose é uma das causas de Hipertensão arterial pulmonar em cães pela presença dos parasitas no coração direito, podendo levar à insuficiência cardíaca congestiva direita (ICCD). A gravidade da doença está diretamente relacionada à quantidade de parasitas presentes.
Para fins diagnósticos, os testes de antígeno são os mais indicados, os quais identificam o antígeno no trato genital de fêmeas adultas. Resultados falso-positivos podem estar relacionados a erro de técnica e os resultados falso-negativos podem existir por baixa carga de vermes ou por infecção apenas por machos. O exame por PCR também é indicado por ser capaz de diferenciar a D. immitis de outras espécies de Dirofilaria. O ecocardiograma também é indicado, pois permite a visualização do parasita.
Em relação ao tratamento, os adulticidas tem alguns efeitos adversos, incluindo embolias pulmonares, sendo necessária por vezes internação para acompanhamento do paciente. A alternativa de escolha por vezes é a remoção cirúrgica dos parasitas para casos onde a infestação é maciça, existindo risco à vida do paciente.
Vale ainda lembrar que a prevenção é muito importante, com uso de formulações disponíveis no mercado, mas que não são eficazes contra parasitas adultos.